Texto sobre o 3º Touro Mecanico (By Outra Chance)
Dessa vez demoramos a "soltar" aqui no blog nossas percepções acerca do show do dia 20 de maio de 2008, o 3° Touro Mecânico que contou com apresentação das bandas 'Are you God?', 'Attero', 'Heart
A animação e o espírito positivo do show (assim como de outros eventos que estão acontecendo aqui) começaram antes. Como não poderia deixar de ser, haja vista que o público do hardcore é um público ativo e participante, não só as bandas se preparavam para o show, o público-artista também preparava cuidadosamente sua belíssima apresentação. A algumas semanas do evento já causavam um alarde (para o desespero nosso baixista, um homem um tanto quanto ansioso)... houve rumores de um tal de SurfCore, no qual haveria a competição dos melhores "pogos" e "moshes" sobre pranchas e ondas quentes de calor humano. Alguns manifestavam aprovação; outros não acreditavam no estavam ouvindo... só sei que o campeonato de Surf roubou a cena.
Mas voltemos ao inicio. Chegamos naquele dia 20 de maio ao GOMA (casa de shows onde rolou o evento) perto das 17 horas. Tudo muito calmo, ainda poucas pessoas... vários grupos espalhados, conversando, tramando chacotas, esperando, comendo etc. Algum tempo depois, a noticia que as apresentações iriam começar, as pessoas começaram a entrar e a festa começou. De inicio tivemos a oportunidade de ver pela primeira vez a apresentação do Heart 72 em sua nova formação, mandando ver com o seu hardcore old school/NY. Quem viu, viu... e ninguém diria que a formação nova tinha pouquíssimas semanas e poucos ensaios. Raul, no vocal, Daniel, na guitarra, Lucas, no baixo e Geléia, na bateria fizeram as honrarias iniciais, os primeiros acordes daquela noite. Foram sinceros, falaram do que acreditam... e isso conta muito...
A segunda apresentação da noite ficou a cargo do Outra Chance. E lá fomos nós outra vez prendar nossos amigos com nosso old school. Tocamos o nosso repertório pequeno (de bandas iniciantes, como é o nosso caso) com pitadas de bandas que nos influenciam de um modo ou outro... Como o público pediu uma do Comeback Kid ao Heart 72 subimos ao palco já puxamos All In A Year... e paramos no clímax da música, de propósito, só para contrariar... Começamos com a nossa Intro e o público já respondeu insanamente, subiram ao palco, mosharam, fizeram a festa... Tocamos Peso dos Dias, Nos perdemos e temperamos o ambiente com um cover do New Winds. Nessa altura já tinha acontecido muita coisa: cabo da guitarra que se soltou, vocalista se jogando no público e o público no palco, baterista sangrando e... e o surf rolando, uma onda de cada vez... Adiante tocamos Nossa União, música simples e letra simples que tocam corações, vimos ali várias pessoas disputando o microfone para cantar o refrão PELOS LAÇOS QUE UNEM, SINCERAS AMIZADES. POR UM PONTO EM COMUM, A NOSSA UNIÃO. Uma pequena pausa para recuperar um pouco do fôlego enquanto o Paulo, nosso baixista, falava um pouco com os garotos e garotas sobre o conteúdo de nossa próxima música, Técnica, que fala sobre manter o pensamento vivo (não cristalizado), uma forma de mantermos viva uma consciência sobre o mundo em que vivemos... música que fala sobre nossa luta interior, aquela que realizamos dentro, com nosso espírito (pensamento) que é constantemente assediado pelos valores e verdades alheias. Enfim, tocamos Técnica e nos despedimos ao som de Não Desista, cover de Good Intentions.
Na terceira apresentação da noite tivemos o Are You God? da cidade de São Paulo, que com seu grindcore e seu ar irreverente agitou o público presente no Goma. Mostraram uma pegada firme, com riffs muito rápidos e bem trabalhados... Repertório extenso fez a alegria dos presentes que ansiosamente aguardaram a sua apresentação em nossa cidade.
O quarto show da noite foi por conta do Attero que, assim como o Heart 72, fazia a primeira apresentação com a nova formação. Veio reforçar o Attero duas pessoas: o Carlos ingressou nos vocais e o Allisson assumiu umas das guitarras. Tocaram o seu repertório, já conhecido de todos os freqüentadores dos shows de HC da cidade e, mesmo com formação nova, presenteou os presentes com uma composição nova. Se não bastasse alegraram o público com 100% Latino do Madball, um hino... A apresentação da banda foi agitada, a público em sintonia e interagindo muito, o Allisson com sua super-presença deixando a guitarra de lado e mergulhando no público...
Para fechar o dia houve um velório... com festa, como gostam alguns mexicanos. Era o último show do Fuerza. Naquela altura do campeonato (de surf, deixamos bem claro) todos já estavam eufóricos. Começaram a descer um a um o pessoal da banda: o Geléia vestido de Gandhi, o Douglas de bailarina hardcore, o Carcaça também de bailarina e com o corpo todo tatuado a canetinha... os outros membros optaram pelo samba-canção. Iniciaram com sua Intro e já colaram com o seu repertório muito bem elaborado, com guitarras muito bem trabalhadas e vocais duplos. O público interagiu, subiu ao palco, cantou junto, abraçou a galera da banda, reivindicou o microfone, dançou, pulou, surfou etc... Quando tocaram Point of no return e Nueva Ética foi o apogeu, o palco (parte dele, na verdade) foi literalmente ao chão.
Gostaríamos, agora, como de praxe, de agradecer aos garotos e garotas que estão fazendo desses shows dias emocionantes. Sabemos que num momento como este (de escrever o texto) a memória sempre deixa escapar um nome, há sempre uma pessoa que fica de fora, portanto, inicialmente agradecemos a todos os presentes e aqueles que mesmo não estando presente nos dão aquela super força. No entanto, gostaríamos de elencar nominalmente algumas pessoas, então vamos lá: Marcus Xerosin (que após tempos em outra cidade retornou a Uberlândia, a visita, e nos prestigiou no ensaio e no show); ao Lucas Dalcin (o homem da perna grande e da cabeça pequena, rsrsrs); ao casal mais que considerado, Cogu e Aline; ao Edjeferson, que apesar de sua não inserção no HC foi nos prestigiar com sua simpatia; ao Ávner; ao Barão; ao Poeta, Plebeu, Andressa e Vanessa; ao Felipe, por fazer nossa segurança no evento; A Elda, pelas fotos e discotecagem classe A (afinal rolou até Pennywise); ao Fabio, Fabiano, Fred, José Alemão, Tavin, Raul, Marco Túlio, Estilingui e demais Surfer's'core; ao Dija, João, Birosca, Márcia, Amanda; a Cássia, a Samantha e a mãe do Igor Bundinha pela presença, ao pessoal gente fina do Heart 72; a toda a galera do Fuerza (Geléia, J.V., Douglas, Dicrois, Carcaça, Thalles e os demais vocalistas que cantaram PONR e Nueva Ética); ao pessoal do Attero (valeu Allisson, honrou a peita!)... A todos os rostos conhecidos (de pessoas que não conhecemos e não sabemos o nome) que representam o hardcore local e apóiam a cena e o OC, nosso muito obrigado. É NÓIS MULECADA!!!
" Outra Chance"